terça-feira, 22 de setembro de 2015

Jornal gotas de luz nº 6

Todos os artigos do nosso jornal serão colocados apenas em texto a partir deste mês.

Com os melhores cumprimentos Centro Espírita do Infante.


Gotas de Luz

Jornal Bimestral do Centro Espírita do Infante

Temáticas abordadas neste número:

Editorial: VAMOS EVANGELIZAR-NOS

Dos espíritos: PERANTE NÓS MESMOS

Opinião: EVANGELIZAÇÃO ESPÍRITA INFANTIL

Artigos de revisão: CRESCER E SER FELIZ

Entrevista: ESPIRITISMO E PARAPSICOLOGIA

Atualidade: VIOLÊNCIA NO NAMORO

Em defesa da vida: VALE A PENA VIVER

Poema: EVANGELIZAR


 Ano I * Número 6 * Julho – Agosto 2015


VAMOS EVANGELIZAR-NOS

Sabemos que a intelectualidade sem amor nos conduz a abismos seculares e que o sentimento desvairado pode nos aprisionar na ignorância e no fanatismo. Logo, a educação, tanto para os fins da actual existência, quanto para as nossas metas eternas, deve ter uma acção que desperte de maneira equilibrada e integrada todas as forças da alma. A educação deve dirigir-se ao sentimento e à inteligência, deve formar pessoas saudáveis do corpo e da alma.
"Ó espíritas! compreendei agora o grande papel da Humanidade; compreendei que, quando produzis um corpo, a alma que nele encarna vem do espaço para progredir; inteirai-vos dos vossos deveres e ponde todo o vosso amor em aproximar de Deus essa alma; tal a missão que vos está confiada e cuja recompensa recebereis, se fielmente a cumprirdes. Os vossos cuidados e a educação que lhe dareis auxiliarão o seu aperfeiçoamento e o seu bem-estar futuro." (E.S.E., cap. XIV, item 9).
Estas palavras fazem-nos reflectir sobre o nosso papel como educadores na Terra e da responsabilidade daí inerente, nelas é ressaltada a finalidade da educação que é ajudar o outro a evoluir, contribuir para que o ser desenvolva na presente existência a sua perfectibilidade possível, tendo em conta o estágio evolutivo em que se encontra. Educar é pois elevar, estimular a busca da perfeição, despertar a consciência, facilitar o progresso do ser.” (Dora Incontri, A Educação Segundo o Espiritismo).
A criança é um ser com experiências seculares, com características individuais que lhe são próprias, mas que estão momentaneamente adormecidas, porque a reencarnação produz uma espécie de amnésia temporária no seu espírito.
O que facilita a reformulação do seu carácter sob a influência do ambiente e da educação. Podemos dizer que o desenvolvimento da criança é um processo que envolve a formação de uma nova personalidade, associada ao despertar gradual da personalidade espiritual condicionada pelo desenvolvimento biológico. Da interacção destes aspectos vai resultar o homem adulto.
A par da educação no lar, da instrução na escola, a criança também deve ser incentivada a frequentar a evangelização no centro, uma vez que as lições do Evangelho fundamentadas na imortalidade, na reencarnação e na evolução do Espírito, são elementos preciosos e vêm completar, e melhor explicar as lições sublimes de Jesus, trazendo conhecimentos que a auxiliarão no desenvolvimento das qualidades que existem dentro de si.
"O homem evangelizado adquire compreensão e amor. A família iluminada conquista entendimento e harmonia. A comunidade melhorada produz trabalho e fraternidade. A nação elevada orienta-se no direito, na justiça e no bem. (...) Do Evangelho no lar, depende o aprimoramento do homem. Do homem edificado em Jesus Cristo depende a melhoria e a redenção do mundo." (Emmanuel, Nosso Livro).
Vamos trazer toda a família para frequentar o centro, as crianças e os jovens à evangelização, nós às palestras, à assistência aos mais desvalidos e ao estudo nos cursos. Juntos, estaremos a contribuir para um mundo melhor, a começar pelo nosso próprio lar.
Paula Amorim


PERANTE NÓS MESMOS

Vigiar as próprias manifestações, não se julgando indispensável e preferindo a autocrítica do autoelogio, recordando que o exemplo da humildade é a maior força para a transformação das criaturas.
Toda presunção evidencia afastamento do Evangelho.
Agir de tal modo a não permitir, mesmo indiretamente, atos que signifiquem profissionalismo religioso, quer no campo da mediunidade, quer na direção de instituições, na redação de livros e periódicos, em traduções e revisões, excursões e visitas, pregações e outras quaisquer tarefas.
A exploração da fé anula os bons sentimentos.
Render culto à amizade e à gentileza, estendendo-as, quanto possível, aos companheiros e às organizações, mas sem escravizar-se ao ponto de contrariar a própria verdade, em matéria de Doutrina, para ser agradável aos outros.
O Espiritismo é caminho libertador.
Recusar várias funções simultâneas nos campos social e doutrinário, para não se ver na contingência de prejudicar a todas, compreendendo, ainda, que um pedido de demissão, em tarefa espírita, quase sempre equivale a ausência lamentável.
O afastamento do dever é deserção.
Efetuar compromissos apenas no limite das próprias possibilidades, buscando solver os encargos assumidos, inclusive os relacionados com as simples contribuições e os auxílios periódicos às instituições fraternais.
Palavra empenhada, lei no coração.
Libertar-se das cadeias mentais oriundas do uso de talismãs e votos, pactos e apostas, artifícios e jogos de qualquer natureza, enganosos e prescindíveis.
O espírita está informado de que o acaso não existe.
Esquivar-se do uso de armas homicidas, bem como do hábito de menosprezar o tempo com defesas pessoais, seja qual for o processo em que se exprimam.
O servidor fiel da Doutrina possui, na consciência tranquila, a fortaleza inatacável.
“Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos.” — Paulo.
(II CORÍNTIOS, 13:5)
(CONDUTA MORAL, ANDRÉ LUIZ)

EVANGELIZAÇÃO ESPÍRITA INFANTIL

“Os nossos amigos espirituais sempre nos ensinaram a considerar os Centros Espíritas como a Escola mais importante de nossa alma, porque é no Templo Espírita que nós recebemos de outros e podemos doar de nós mesmos os valores que servirão a cada um de nós para a vida eterna [...]. Portanto, um Templo Espírita é uma Universidade de formação espiritual para as criaturas humanas [...].”
(Francisco Cândido Xavier e Emmanuel, Entrevistas, p. 114-115).

       Nesta entrevista, Chico Xavier recorda-nos o facto de a Terra ser uma escola... Uma escola onde as almas têm a oportunidade de aprender e pôr em prática as aprendizagens realizadas durante a passagem no Plano Espiritual. Pegando nesta comparação o nosso (re)encontro com o Centro Espírita é como que a oportunidade de entrar numa Universidade, a oportunidade de nos (re)formarmos espiritualmente.
       Entretanto, quando adultos este é um processo doloroso. Não estamos acostumados a olhar para o nosso interior, fomos moldados pela cultura, pela educação, pelos exemplos que nos rodearam e que, com certeza, nem sempre foram positivos. Por isso, este processo de “formação espiritual” é realizado através de dores emocionais e espirituais que parecem não ter fim de tão profundas que são. É então que, muitos de nós, gostaríamos de poder voltar no tempo, ter oportunidade de conhecer tão belas verdades desde tenra idade... Pensamos: “quanta dor teria evitado se soubesse mais cedo?” “Se ao menos alguém me tivesse ensinado?”... Assim, desejamos (in)conscientemente que nos tivessem apresentado Deus mais cedo, que nos tivessem ensinado que com Jesus o fardo fica mais leve... desejamos ter tido a oportunidade de frequentar uma escola de Evangelização Espírita Infantil, preparando, desde o berço, as nossas almas para a Universidade de formação espiritual.
       Além disso, várias obras espíritas narram como são as escolas para as crianças no Plano Espiritual, as disciplinas e materiais pedagógicos, bem como as dificuldades que algumas crianças têm em se adaptar a essa nova realidade e todo o programa de preparação para uma nova reencarnação. Portanto, a Evangelização Espírita Infantil é uma continuidade desse processo, mantendo a criança envolvida espiritualmente e sintonizada com aquelas que cuidam dela. Só assim é possível que a criança cresça saudável física e espiritualmente, com fé no porvir e consciente de que tudo o que se semeia será colhido. Allan Kardec lembra em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” que a infância é o momento mais oportuno para se limar as arestas (vícios e maus pendores) que trazemos do passado.
       Portanto, só através da educação cristã desde a infância teremos seres humanos menos sofredores, pois a já referida formação espiritual se fará gradualmente, sem angústias ou sofrimentos desnecessários, e a humanidade crescerá fraternalmente.
       Aqui, no Centro Espírita do Infante, decorrem nos meses de Julho e Agosto as aulas especiais de verão, convidamos a todos virem assistir e trazer os mais novos para que possam participar neste clima de confraternização cheio de paz e muita alegria.
Maíra Diniz



CRESCER E SER FELIZ

Se para os adultos, felicidade é a busca desenfreada dos bens materiais, para a criança a visão é diferente. Dentro de sua inocência, a criança se contenta com pouco. Para ela felicidade é ser livre dentro de sua vida infantil; é ter um lar, onde a mãe esteja presente e um pai que, todos os dias, chegue do trabalho e possa brincar com ela.

A maioria dos pais só procura cuidar do corpo e do intelecto, como se esses fossem os mais importantes, esquecendo-se de alimentar o espírito com as luzes do Evangelho, para que este, que é imortal, possa melhor aproveitar a presente oportunidade de evolução, errando menos, sendo melhor e mais útil a si próprio, à família, à comunidade e à pátria, e como consequência, à própria humanidade, de que ele é membro integrante, como cidadão do Universo. Quando falamos em evangelizar a criança, não nos estamos referindo a levá-la somente à atividade específica no templo religioso ou do Centro Espírita, e sim, desencadear todo um processo de aproximação da mesma com o Evangelho de Jesus, como a sua filosofia de vida. É óbvio que neste processo se inclui a vivência e o comportamento cristão dos pais no lar, sem isso, nada ou muito pouco se conseguirá.
Necessário se faz que possamos, no campo da felicidade, aprender com as crianças, que se mantidas, salvo poucas exceções, na simplicidade em que encaram a vida, se sentem felizes com o pouco que ela oferece. Daí a recomendação evangélica: “Quem não receber o reino de Deus como uma criança, de maneira alguma entrará nele”. Os educadores que nunca atentaram para esta recomendação de Jesus, precisam reavaliar a forma com que estão passando aos seus educandos, quer sejam filhos, netos, alunos ou outros, o conceito de felicidade, porque somos nós que, de um modo geral, complicamos a vida de nossas crianças, tornando-as infelizes, como nós nos tornamos também, por insubordinação às leis divinas.
Desde o Sermão Profético, proferido por Jesus e do Apocalipse de João, o Evangelista, que a humanidade tem notícias que grandes transformações iriam ocorrer na Terra e que a separação do joio e do trigo seria inevitável. Pelo exposto e ainda pelas informações que temos recebido da Espiritualidade, podemos concluir que esta transformação já teve início e que muitos dos espíritos que estão desencarnando na Terra, aqui não mais aportarão. Estes, segundo o Codificador, estão sendo substituídos por outros que “somente ao bem se dediquem”. Portanto, cada espírito que está encarnado, nos dias atuais, já está fazendo parte da nova geração a que se referiu Allan Kardec. Em vista disso, é imperioso que os pais estejam atentos a este processo de transformação, contribuindo desta forma, com sua parte, na regeneração da humanidade, pois esta poderá ser mais rápida ou mais longa, em função do esforço que cada um, individualmente, fizer em benefício da coletividade.
Se ao Espiritismo cabe um papel importante no progresso da humanidade, aos pais não cabe papel menor, pois estão recebendo em seus lares a matéria-prima básica para a fase de regeneração. Se sonhamos com a Terra como um lar de felicidades perenes para nossos filhos, e quem sabe, para nós mesmos, se tivermos o merecimento de aqui retornamos, arregacemos as mangas e mãos á obra. Não esperemos que essas transformações ocorram como um passe de mágica ou que os homens se tornem bons de um momento para outro, através de um sopro. O que será melhor: sermos construtores dessa nova geração, como co-autores na Obra da Criação ou sermos, junto com aqueles que renascem em nossos lares, os soldados “truculentos e indisciplinados” que para o bem da maioria serão expulsos deste planeta? A opção é nossa, mas tem caráter de urgência.
Jorge Oliveira
(fonte: Lydienio Barreto de Menezes, A Educação à Luz do Espiritismo, 4ª ed., pág.191-210)


ESPIRITISMO E PARAPSICOLOGIA

Estevão Pontes é advogado, pós graduado em Direito Público e em Estatutos da consciência com enfâse na Parapsicologia. É autor de diversos artigos jurídicos e sociais, bem como do livro “Células estaminais, bebés proveta e Lei: onde há vida – uma análise legal, jurisprudencial e científica parapsicológica”, disponível na internet.

Gotas de Luz (GL): Uma das coisas que me chamou a atenção para o seu livro é que concilia o Direito e Espiritismo. Como acha que estas duas áreas têm convivido e como podem evoluir?

Dr. Estêvão Pontes (EP): Na verdade meu livro enfoca Direito e espiritualidade, esta última, fato da natureza como o são, a fotossíntese, o oxigénio o nascer do sol dentre outros. O Espiritismo é um dos grupos que lida com este fato da natureza espiritualidade.

Muitos grupos trabalham de forma diferenciada com este reino da natureza que é o espiritual e com os seres neles não só o Espiritismo: a Rosa Cruz, Umbanda, Maçonaria, Candomblé, Gnose, Teosofia, grupos independentes, IIPC, pesquisadores independentes.

O Espiritismo é um destes grupos. A grande vantagem da humanidade está na diversidade. Após esta explicação, digo que existem milhares de espécies de seres vivos em outros níveis de frequência (plano espiritual), não só humanos desencarnados. Se você começar a ver o plano espiritual como um reino da natureza, o que realmente é, e que este reino interage com outros reinos mineral, vegetal e animal, fica mais fácil a compreensão.

Pelas nossas observações todos os reinos da natureza se interagem, portanto natural que espiritualidade também interaja com os demais. Para se lidar com este reino da natureza é preciso ter técnica (que significa saber oque está fazendo) e ter ética (Amar).

Assim, é você e o universo, não precisando de nenhum grupo para estudar este fato da natureza. A natureza pertence a cada um de nós, pois fazemos parte dela. Partindo deste esclarecimento inicial, esclareço que o fato da natureza espiritualidade deve ser trabalhado junto com o Direito pois ambos fazem parte da vida em sociedade.


GL: No entanto, no seu livro, o termo “Espiritismo” é apenas referido 2 vezes. Remete sempre para a sua área, a parapsicologia. Pode explicar um pouco do cruzamento destas áreas para leitores que frequentam centros espíritas?

PE: A Parapsicologia é ciência reconhecida pela “American Association for Advencment of Science” desde 1969. Como qualquer ciência, ela estuda a natureza. Espiritualidade (seres vivos em outro nível de frequência) pelas várias comprovações que se somam demonstra-se fato da natureza. A grande pergunta que a ciência deve fazer é: 1) como a natureza trabalha, 2) como o homem pode interagir com a natureza. Para se ter comprovações deve-se: a) repetir a mesma experiência em diversos locais do mundo e b) se obter os mesmos resultados.

A Parapsicologia não tem intenção de afirmar doutrinas ou conceitos. Ela parte de observações de como a natureza trabalha. O Espiritismo proposto por Kardec, também tem essa intenção. Aí está o ponto positivo de ambas.

É errado ver a obra de Kardec como algo santificado, parado. Deve-se questionar sempre. Não se pode também usar conceitos do século XIX, como por exemplo chamar o índio de “selvagem”. Este é um conceito do homem europeu do século XIX, completamente ultrapassado pela antropologia do século XXI. Ver o índio como selvagem é o que a cultura da época, no continente europeu aceitava e Kardec e a obra eram frutos daquilo que a sociedade do seu local (Europa) e sua época (séc. XIX) entendiam.

Se Kardec estivesse aqui, ele como grande pesquisador, quereria que as pessoas pesquisassem a natureza, comparando resultados, entrevistando pessoas, duvidando, questionando.

O problema é que alguns vêm pesquisa em espiritualidade como algo estanque com uma mentalidade católica inconsciente de que não se pode duvidar, questionar e que temos que santificar, pessoas, pesquisadores.

Na parapsicologia se deve pesquisar, verificar resultado, publicá-lo e ver se pessoas chegaram a um mesmo resultado para que então, possa verificar o fato da natureza.

Quero que as pessoas pesquisem este fato da natureza de diversas formas e não fiquem com uma mentalidade católica medieval, vendo a obra de Kardec, como algo santificado que não pode ser questionado. As pessoas verificando que há vários grupos que lidam com este fato da natureza e não só o Espiritismo, podem ver diferentes modos de lidar com isso e crescer como pessoa. Fiz isso a vida toda.

Não é necessário também fazer apologia do Karma. Melhor falar em Amor do que em Karma, melhor falar em construir positivo, do que falar em castigo como se estivesse falando o conceito medieval inquisitorial de pecado, o movimento espírita tem que se ater a isso. Por isso gosto da visão oriental que há um Deus em cada um de nós e que não precisa-se ficar fazendo apologia da culpa (pecado) e inferioridade.

A Parapsicologia estuda os diversos grupos que lidam com este fato da natureza, o Espiritismo e as centenas de outros, e as capacidades psi que são capacidades inerentes a todo ser humano (telepatia, vidência, precognição, experiência fora do corpo, etc)


GL: Durante muito tempo, pelo menos 4 tipos de células (tronco-embrionárias, germinais-embrionárias, tronco adultas, e embrionárias de carcinoma) competiram pela atenção dos cientistas. Desenvolvimentos recentes têm trazido algum otimismo à área, já para não falar dos lucros financeiros astronómicos das empresas que promovem estas pesquisas. Qual o seu balanço de toda esta excitação em torno das células-tronco tanto em termos de progresso científico como do progresso moral da sociedade que recebe esta possibilidade.

PE: Percebi que quando saíram as primeiras informações sobre células tronco, havia muito otimismo. Precisamos no entanto, ter esperança e fazer mais pesquisa pois, oque se percebe é que as pesquisas estão em fase de teste em todo mundo. Houveram resultados positivos como em um hospital em Porto Alegre – Rio Grande do Sul – Brasil, onde conseguiu-se que uma moça com as mãos paralisadas voltasse a mexê-las. Outras situações as pesquisas geraram tumores. Percebo que tudo está em fase de testes ao redor do mundo e temos que ser otimistas. Devemos desconfiar também de pessoas que neste momento prometem milagres com células tronco, pois lamentavelmente há os que pensam em lucrar a qualquer custo. Por isso diria a uma pessoa: se você tem uma paraplegia e quer ser objeto de testes com células tronco, torço por você e espero que tudo dê certo, mas tenha consciência que a ciência ainda está pesquisando.


GL: A fonte dos dilemas éticos na questão das células-tronco está essencialmente na sua origem. Defende a teoria conceicionista, ou seja, o embrião é apenas uma célula, pelo que pode ser usado para investigação. Explica isso pelo facto do MOB não estar ainda associado ao embrião. Mas como justifica que isso derrogue todo o estatuto moral do embrião (como por exemplo muitos acharem que o embrião já é dotado de dignidade humana)?

PE: O que a teoria conceicionista diz, é que há vida a partir da conceção. Nas minhas pesquisas, a partir da inserção no corpo da mulher no caso da reprodução assistida e relação sexual natural.

É justamente a partir deste ponto, de onde começa a vida, que comecei a pesquisa. Queria saber se o MOB, (Modelo Organizador Biológico-ser extra físico que pensa e sente e tem o corpo composto por átomos- espírito), já está ligado quando está em laboratório congelado. Pelas minhas pesquisas, entrevistas, que fiz com três sensitivos, esclareceram-me pelo que viram em outro nível de frequência, que só há ligação, na reprodução assistida, após a inserção no corpo da mulher.

Assim naquela célula em laboratório, não há vida, segundo minhas pesquisas. Quero que mais pessoas pesquisem sobre isso. Quero gerar pesquisa.

As reações daquela célula congelada são como de uma célula normal. Assim a destruição da célula congelada em laboratório, para o espírito, é como a destruição de uma roupa em seu guarda roupas, fazendo-se uma analogia simples, sendo que ele pode vestir outro que demonstre melhores condições genéticas, moleculares, etc. Não há ligação do espírito com embriões congelados, segundo entrevistas que fiz.


GL: Como olha para a necessária destruição de inúmeros embriões na investigação em células-tronco? Até agora não existe nem fundamento científico nem necessidade prática de produzir embriões in vitro ou por clonagem para obter células-tronco.

PE: O pesquisador japonês Shinya Yamanaka, conseguiu regredir células da pele até conseguir que elas voltem a ser células tronco. Penso que no futuro não será mais necessária a utilização de células tronco provindas de embriões, portanto.

Como disse, se o embrião está em laboratório, não há ligação do espírito, só ocorrendo após a inserção do mesmo no corpo da mulher, segundo minhas entrevistas.

Desta forma não precisará mais destruir embriões, estes se congelados, são apenas células, não espíritos encarnados.


GL: O potencial das células-tronco poderem gerar neurónios coloca-lhe desafios éticos e jurídicos?

PE: Se as células-tronco ajudarem na regeneração neuronal será algo maravilhoso para humanidade. Parkinson, Alzheimer, são doenças presentes hoje devido a má alimentação, sedentarismo e outros fatores e, causam muita infelicidade ao doente e aos que o circundam. Se nas células-tronco não há ninguém ligado que se recente com sua destruição, penso que é positivo o seu uso, se ele se mostrar eficaz para combater doenças neurológicas.


GL: Como deve o movimento espírita abordar estes temas quer em palestras quer em cursos específicos?

PE: Incentivando a pesquisa. Mas pesquisa não só em livros, mas irem a campo ver como trabalha este fato da natureza espiritualidade. Entrevistando médiuns, comparando respostas, pesando médiuns após sessões mediúnicas para ver se houve perda de peso com ectoplasma ou se houve perda natural de peso por exemplo. Acho que todo centro espírita deveria ter uma sala de pesquisa. Estas pesquisas devem ser utilizadas para esclarecer, comprovar, discordar, criar massa crítica e no que forem úteis para ajudar a sociedade.


GL: Como e porquê se interessou por este tema?

PE: Fiz a pós graduação em parapsicologia nas faculdades Espírita em Curitiba-PR. Adorei. Durante o curso soube que tinha que fazer monografia para apresentá-la ao final. Queria fazer pesquisa com fato da natureza, não queria repetir só o que os livros dizem. Por isso saí a campo fazer entrevistas, que era o tipo de pesquisa que estava a meu alcance. Foi na época em que o Supremo Tribunal Federal, Corte Máxima do Brasil, estava decidindo onde haveria vida ou a partir de quando haveria vida nos embriões congelados. Sabia das pesquisas de Hernâni Guimarães Andrade e verifiquei que ele reuniu pesquisas que comprovavam que o Espirito molda o feto junto com o DNA. A partir disso saí a campo pesquisar. Hernâni é um grande pesquisador, daquele tipo que diz “adoraria se você discordasse de mim, pois incuti em você a vontade de pesquisar a natureza. Vamos descobrir?” e pessoa maravilhosa, como descrevem os que o conheceram encarnado. Todos deveriam ler seus livros.

Mandei meu livro para vários locais do mundo que me pediram, outros eu doei, inclusive Universidades, tribunais e bibliotecas portuguesas e para países de língua portuguesa e outros. Espero que nossos amigos portugueses pesquisem e concordem e discordem e critiquem meu livro.

VIOLÊNCIA NO NAMORO

Sabemos que, desde há muito tempo, a violência doméstica é uma realidade no nosso país, e em muitos outros países. Já foi, em tempos, aceite como uma norma cultural, que a mulher era propriedade do homem e, portanto, ele tinha todos os diretos sobre ela, e ela todos os deveres para com ele. Mas sabemos que o nosso planeta está em evolução, tal como a sociedade em que vivemos. E, por isso, é condenável hoje em dia, pensar dessa forma, bem como agir em conformidade com os dogmas já quase ancestrais.

Tendo em conta a liberdade em que supostamente vivemos, a crescente luta pela igualdade entre géneros, bem como o contínuo combate à violência, preocupou-me ler um artigo que passo a citar “um em cada quatro jovens do Porto acredita que violência no namoro é “normal”. Numa reportagem realizada pela estação de televisão pública, vemos os jovens entrevistados dizer que conhecem casos, mas que não se metem nisso. A célebre máxima de que “entre marido e mulher não se mete a colher”. Mas será que devemos ficar assim tão pacíficos em relação a isto? A resposta é não!

A violência no namoro é um crime público, enquadrado no crime de violência doméstica, pelo que devemos, tendo conhecimento de qualquer ato desta natureza, imediatamente denunciar às autoridades competentes, de forma a que o caso seja averiguado, e que não se dissemine este pensamento e costume.

De que forma pode o espiritismo contribuir para o combate a este tipo de atitudes?

Como vimos, o estudo que li, falava sobre jovens. Jovens cuja idade média é de 13 anos. Portanto, devemos começar desde as raízes. Sabemos que todos nós temos uma bagagem espiritual, e dentro dessa bagagem vêm as nossas más inclinações. Sabemos, também, que até aos 7 anos, o espírito está ainda meio adormecido, e portanto é mais fácil moldar o caráter da criança, e que é nessa altura que se incutem os valores morais que ficarão presentes para toda a vida. As aulas de evangelização infantil ensinam às crianças os pricípios do amor ao próximo, da caridade e da reforma íntima. Temos, em continuidade, um trabalho com o grupo de jovens, que debate temas atuais, e que os orienta em conformidade com as leis divinas. Mas nunca é tarde para mudar! E por isso os adultos podem estudar a doutrina e ficar a saber que, quanto mais cedo lutarem para a sua melhoria interior, mais cedo ganharão o grande troféu da perfeição, a nossa única fatalidade!
Tiago Sousa


VALE A PENA VIVER

"Despertarás, além da noite carnal, com o património moral e os tesouros espirituais que reunires no mundo, ou sem eles se te precipitares no fosso mentiroso da loucura suicida." Joanna de Ângelis


Na questão 880 no Livro dos Espíritos Kardec colocou: “Qual o primeiro de todos os direitos naturais do homem?”
R: “O de viver. É por isso que ninguém tem o direito de atentar contra a vida do semelhante ou fazer qualquer coisa que possa comprometer a sua existência corpórea.”

Sendo o homem criação divina em momento algum deverá romper o fio da vida, o suicídio é uma grave infracção às leis de Deus, o nosso corpo é transitório mas necessário à nossa evolução como seres imortais que somos, pelo que temos o dever, a obrigação, de o valorizar preservando-o. No livro “O Céu e o inferno” temos: “O homem não tem o direito de dispor da vida, porque esta lhe foi dada visando deveres a cumprir na Terra, razão bastante para que não a abrevie voluntariamente, sob pretexto algum. Mas, ao homem - visto que tem o seu livre arbítrio - ninguém impede a infracção dessa lei. Sujeita-se, porém, às suas consequências.”

E suicida não é apenas aquele que se auto aniquila num acto desesperado pondo fim à vida corpórea, é também todo aquele que através de maus hábitos destrói pouco a pouco esse bem precioso que lhe foi oferecido por Deus, como nos ensina Kardec: “O suicídio não consiste somente no acto voluntário que produz a morte instantânea, mas em tudo quanto se faça conscientemente para apressar a extinção das forças vitais.”

O espírito Caírbar Schutel através da psicografia de Divaldo Franco, exemplifica: “Coléricos extremados são suicidas impenitentes. Ciumentos inveterados, glutões renitentes, sexualistas descontrolados, ambiciosos incorrigíveis, preguiçosos dissolutos, toxicómanos inconsequentes, alcoólicos insistentes, covardes e melancólicos que cultivam as viciações do corpo e da mente, escravizando-se às paixões aniquilantes em que se comprazem, são suicídios lentos, caminhando para surpresas dolorosas, em que empenharão séculos de luta punitiva e dor reparadora para a própria libertação, nos círculos das reencarnações inferiores…"

Nós vivemos numa sociedade em que prevalece o materialismo, em que o Homem se esforça para possuir sempre mais não parando, na maioria das vezes, para pensar na consequência de seus actos. Nessa corrida incessante para atingir o seu fim ele pode ganhar o mundo mas perde muitas vezes o essencial a sua tranquilidade e a sua paz. Ao colocar o seu coração na matéria, naquilo que quer possuir, sejam bens, títulos, afectos, quando por qualquer razão que escapa ao seu domínio os perde, desespera, deprime-se e muitas vezes suicida-se. Quem crê em Deus e na sua justiça, sabe que nada lhe acontece por acaso, que nenhum fardo é superior às suas forças, e que as dificuldades e as provações deste mundo são necessárias à educação da sua alma, para a libertar do sentimento de culpa gerado por faltas cometidas nesta ou em existências passadas, e mais feliz abraçar a eternidade que o espera. Colhemos conforme semeamos.

A Terra dentro do Universo imenso em que habitamos é uma pequena escola primária, onde nós, espíritos jovens, começamos a nosso aprendizado da Espiritualidade. Quando renascemos na Terra é-nos proporcionado o melhor enquadramento possível ao nosso crescimento, às nossas necessidades de aprendizagem, cabe-nos, a cada um de nós, aproveitar a oportunidade oferecida. "Dia chegará, se permaneceres na luta, em que considerarás as dificuldades e aflições, que parecem superlativas, como verdadeiras bagatelas de valor nenhum, que superaste para o próprio bem." Joanna de Ângelis.

O nada é uma ilusão, a morte não existe, nós somos espíritos indestrutíveis, imortais, em progresso crescente, até atingirmos a perfeição. O suicídio, longe de ser a porta da salvação, é o pórtico sombrio de inimagináveis torturas.

Paula Amorim
(Fontes: www.sosdepressão, Textos extraídos: Martins Peralva, "O Pensamento de Emmanuel", autoria de, 2ª ed. FEB, e Francisco Cândido Xavier, espírito Emmanuel, "O Consolador” e “Caminho, Verdade e Vida”; Yvonne A. Pereira, Revista Reformador de Março de 1964.; Divaldo P. Franco, Joanna de Ângelis: Revista Reformador nº 1910, Maio de 1988, página psicografada em 18-7-1987, no Centro Espírita “Caminho da Redenção”, em Salvador, BA; "Após a Tempestade" e "Luz viva”)


EVANGELIZAR

Evangelizar é ir ao encontro da Luz,
A Luz que nos mostra novos caminhos,
Que nos aponta novas direções
Que em cada dia renova nossas vidas,
Preenche de energia e dá novas vibrações.

Evangelizar é anunciar a Palavra de Jesus,
É fazer com que toda a humanidade veja a Luz,
Esta Luz chegue aos escaninhos mais escuros,
Do nosso Eu interior ao mais profundo da alma,
E assim a Nova Mensagem ilumina e dá calma.

É fermento que leveda o coração,
Que muda as nossas mentes e enche de Luz,
Remove  e desfaz todas as trevas,
A um Mundo Novo nos atrai e conduz.

S. Paulo numa carta aos Coríntios*,
Este grande Evangelizador com carinho nos diz:
(Ai de mim se eu não Evangelizar)
Doutor Romano; de Cristãos foi perseguidor,
Pelo Mestre Jesus foi convertido;
Fez um Novo Caminho; Foi o maior Evangelizador.

A vinda do Espirito Crístico ao Planeta Terra,
O Mentor e Guia denominado de mestre Jesus
 O Amor espalha por toda a Terra,
E começa uma Nova Era.
A Era da Evangelização: O Amor, A Paz e A Luz

Ensinar esta Boa Nova a partir da conceção,
Evangelizar todos os bebés e todas as crianças,
Os adolescentes, os jovens e os adultos também,
O Seu Evangelho foi uma nova Mensagem,
Renovou todo o Homem com uma nova Esperança.

Evangelizar é um dever a começar por cada um,
Primeiro evangelizar no Amor o nosso coração,
Preenchendo-o de novos fluídos e novas vibrações,
Para que na mente de cada um haja boa energização.
Evangelizar é levar O Amor  A Caridade ao nosso Irmão.

Graciosa Neves
(* Novo Testamento, Carta de S. Paulo, Coríntios 1: 9-10.)



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